domingo, 31 de maio de 2015

Grande Hotel La Plage (versão ll)

Um dos mais famosos estabelecimentos hoteleiros do Guarujá, o Grande Hotel La Plage - foi destruído por um incêndio em dezembro de 1897. Foi então reconstruído,  na forma de uma instalação modesta em alvenaria (que seria demolida em 1910 para o início das obras de umaterceira versão do hotel, inaugurada dois anos depois):

O mesmo local, em um cartão postal da época:

Os prédios do hotel e do cassino, nesta segunda versão das instalações:

Esta foto de José Marques Pereira foi assim publicada em 1902:

Varandas no primeiro cassino do hotel:

Vista da varanda do Grande Hotel, com a estação do Guarujá à esquerda, ao fundo, em 1905:

sábado, 30 de maio de 2015

O Grande Hotel La Plage (versão l)


Um dos mais famosos estabelecimentos hoteleiros do Guarujá, o Grande Hotel La Plage - teve em 1892 uma instalação inicial em madeira importada, ao estilo do faroeste norte-americano, destruída em dezembro de 1897 por um incêndio. A fotografia de Gaensly e Lindermam, recolhida por Boris Kossoy, mostra as instalações pioneiras:

quinta-feira, 28 de maio de 2015

O bonde que levava ao Grand Hotel

Em meados do século XX, ainda eram usados os veículos ferroviários que ligavam o Grande Hotel e o próprio balneário de Guarujá ao ferry-boat do Itapema (que transportava os passageiros até a Ponta da Praia, em Santos). A linha seria desativada em 13/7/1956.

Forte São Felipe


O Forte de São Felipe ou de São Luiz (ou Forte de Pedra, como é conhecido) foi mandado construir por Braz Cubas, Provedor da Fazenda, por ordem de Tomé de Souza, em 1552. Fica na Ponta da Armação, na Ilha de Santo Amaro (defronte a Bertioga) e ali se desenrolaram os combates com os tamoios. Suas muralhas foram testemunhas de toda uma época de luta contra a natureza e o selvagem e, ainda, da cobiça dos piratas.
Esse forte, que cruzava seus fogos com o de São João(em Bertioga), é um dos mais belos marcos da arquitetura militar portuguesa do século XVI. Suas muralhas se levantam sobre o mar, e no baluarte existe ainda uma cisterna empedrada e peças de cantaria lavrada. Nele, o famoso artilheiro alemão Hans Staden viveu parte de sua vida aventurosa, durante nove meses, quase sendo devorado pelos índios tupinambás. Com esse forte foi construída a Capela de Santo Antônio de Guaíbe ou Guaibê. Reparado em 1765 e rearmado em 1798, foi durante algum tempo armação de baleias:

terça-feira, 26 de maio de 2015

Praia e fortim do Góis

Construído na histórica praia que lhe deu o nome, o Fortim da Praia do Góis foi registradoem 23/4/1964 no livro I (folha 59, inscrição 365) de bens tombados do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), como parte do conjunto formado pela Fortaleza da Barra Grande e o Portão Espanhol que remata a amurada existente ao longo da linha da costa nesse trecho. Na praia do Góis, segundo o diário de Pedro Lopes, ancorou a armada colonizadora de Martim Afonso.
Foi o conde de Sarzedas quem talvez primeiro expôs a D. João V, rei de Portugal, a necessidade de uma obra de vanguarda para complementar a Fortaleza de Santo Amaro. Porém, sua realização deve-se a D. Luiz de Souza Mourão, o Morgado de Mateus, que o edificou e artilhou por volta de 1765.
O forte está em ruínas, mas ainda se pode notar sua sólida estrutura, o parapeito de pedras e argamassa e as muralhas laterais penetrando até ao morro. Defendia a Ponta dos Limões - a praia cruzava fogos com o Forte Augusto e protegia, pela retaguarda, a Fortaleza da Barra Grande. Possuía de 15 a 20 peças de artilharia. A guarita Norte ainda resiste ao tempo:

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Forte Vera Cruz do Itapema l

Geralmente retratado com a perspectiva a partir de Santos, o forte de Vera Cruz de Itapema foi levantado numa posição estratégica, na margem oriental do estuário do porto santista

Existem muitas divergências sobre a data da construção: alguns historiadores afirmam que foi construído no século XVI, mas o capitão Aníbal Amorim, no seu estudo sobre fortificações do Sul, situa-o na primeira metade do século XVII; o mapa de João Albernás, constante da Mapoteca do Itamarati, do século XVII, o assinala como Forte Vera Cruz. Em 1670, era seu comandante Pedro Taques de Almeida; em 1680, Gaspar Leite Costa; em 1738, Torquato Teixeira de Carvalho.

Por volta de 1850, a fortaleza já estava desarmada e em fase de deterioração, sofrendo em julho de 1883 um incêndio que a desmantelou quase que totalmente.

Devido à localização privilegiada, a 9 de setembro de 1905 o forte foi confiado à Alfândega pela Intendência Geral da Guerra, passando a funcionar ali o Posto Fiscal da Alfandega. 

Para isso, foi então construída uma torre destinada a receber os holofotes do Posto Fiscal, que alcançavam todo o porto, desde a Base Aérea e a saída pelo canal da Bertioga. Pela frente, vigia o porto na direção do bairro santista do Paquetá e o cais da Alfândega até a Ilha Barnabé

A cidade em 1930

Esta foto, mostrando Guarujá em 1930, foi publicada no jornal O Estado de São Paulo em 14/6/1981, junto com matéria sobre o início, na época, de um trabalho de recuperação da memória fotográfica e história local, por parte do Departamento de Educação e Cultura (DEC) desse município:

domingo, 24 de maio de 2015

O último dos antigos chalés

Dos tempos do balneário original, quando foram importadas dezenas de casas estadunidenses de madeira, pré-fabricadas, para a formação da vila do Guarujá, ainda existia em 1983 este último chalé, na esquina das ruas Mário Ribeiro e Benjamin Constant, mostrado em matéria especial sobre a Cidade no jornal santista A Tribuna:

sábado, 23 de maio de 2015

Praia de Pitangueiras, início do século XX

No começo do século XX, era esta a vista que os visitantes tinham da Praia de Pitangueiras, numa época em que uma das diversões do balneário eram os passeios de charrete pela orla:

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Ruínas da Igreja de Santo Antônio do Guaibe

Construída em 1560 por José Adorno, a Capela ou Igreja de Santo Antonio de Guaíbe (ou Guaibê), mais tarde (no século XVII) Santo Antonio da Armação, tem suas ruínas situadas no extremo nordeste da Ilha de Guaíbe ou Santo Amaro, defronte a Bertioga, junto à barra do Canal de Bertioga, a caminho da Fortaleza de São Felipe. Ao lado destas ruínas ficam as dos antigos tanques ou depósitos de óleo da velha Armação das Baleias. Lá, o padre José de Anchieta catequizava os índios e nesse mesmo local teria escrito o poemaMilagre dos Anjos.
O local permaneceu abandonado por muitos anos, inclusive sem possibilidade de acesso, em razão da densa vegetação que cobria por completo as ruínas. Foi Armando Lichti que as mandou limpar, em 1945, mantendo-as em condições de acesso e visitação turística, enquanto viveu.

A Armação das Baleias e a Ermida de Santo Antonio do Guaibê

O mesmo sítio do Forte São Filipe foi sede da Armação das Baleias, importante marco econômico colonial nos séculos XVIII e XIX, hoje em ruínas.

Na armação do canal de Bertioga, a extração do óleo da baleia destinado à iluminação pública e o aproveitamento dos seus derivados foi a primeira indústria extrativa que funcionou na Ilha de Santo Amaro.  O local para a instalação da armação dependeu de fatores, além da existência das baleias, da proximidade de água potável, de madeira para os fornos e para a construção das embarcações e tonéis, enseada abrigada do mar aberto, de um ponto de observação elevado e protegido por um forte. Todas as condições foram plenamente satisfeitas no local escolhido. Myriam Ellis aponta:

...] quanto ao aproveitamento dos produtos do cetáceo, os mais importantes para o Brasil Colonial foram a matéria graxa fornecedora de óleo e a carne. O óleo tornou-se artigo de primeira necessidade porque dele dependeu a iluminação de centenas de habitações, “fábricas” e “oficinas” pobres principalmente.

De acordo com esta autora, José Bonifácio de Andrade e Silva, autor da Memória sobre a pesca das baleias (sic), e extração (sic) do seu azeite com algumas reflexões a respeito das nossas pescarias, em 1790 já se preocupava com a necessidade do melhor aproveitamento econômico e técnicas mais eficientes para a utilização dos produtos derivados do mamífero.
 
Podemos imaginar a importância dos produtos derivados da pesca da baleia, lembrando que muitos monumentos aqui citados foram construídos com o óleo desses mamíferos e a cal retirada dos sambaquis existentes na região. A indústria dos produtos de baleia foi uma das que Portugal permitiu no Brasil no período. Havia uma sucursal da Armação das Baleias na praia do Góis.

O escritor Euclides da Cunha, quando de sua estadia no Guarujá, em 1904, já reclamava providências para a conservação do Forte de São Filipe e da Armação.  Em 1937, o escritor Mário de Andrade, em missão pelo Patrimônio Histórico Nacional, já se surpreendera com o estado de abandono em que se encontravam. 
Em 1950, Prestes Maia, autor do Plano Regional, lembrava que:

[...] o outeiro histórico, humilde acrópole quinhentista, ficará encastoado em verde no desenvolvimento urbanístico. Os dois fortes, a Igreja arruinada e quase tão velha como a relíquia de guaraçu; os vestígios do porto das baleias e das cisternas (promontório oriental do Guaybê) – tudo merece imediato enquadramento num plano cívico ou, mais concretamente, num parque natural.

A capela que encontramos na região é conhecida como Ermida de Santo Antônio de Guaibê. De pedra e cal, atualmente em ruínas, é tida como sendo a capela quinhentista de Santo Antônio, construída por Adorno, freqüentada pelo padre Anchieta que haveria nela rezado missa. Em estudo encomendado pelo Departamento de Cultura da Prefeitura de Guarujá , realizado pelo Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural, o arquiteto Victor Hugo Mori apresentou outra possibilidade:

Em recente vistoria ao local acompanhado do arq. Antonio Luiz Dias de Andrade, este observando atentamente as ruínas, comentava que esta interpretação parecia não corresponder aos vestígios arquitetônicos da capela, que na sua interpretação preliminar, remontaria à segunda metade do século XVIII. Colabora para esta interpretação o inventário de 1765, onde foi arrolado um pequeno crucifixo e não consta a capela ou alfaias. No inventário de 1789, comparece a capela e seus pertences arrolados pelo valor de 2:027$526, um montante elevado, considerando-se os demais edifícios. Uma carta do Capitão-General D. Luiz Antonio de Souza ao Conde de Oeyras em 29/12/1766, comprova a hipótese levantada pelo citado arquiteto, “Antes de partir da Villa de Santos para esta Cidade fui fazer visita na Fabrica da Armação das Baleas da Barra da Bertioga (que dista da dita Villa de Santos cinco léguas) no dia 10 de março deste ano”. Examinei as Oficinas, e consertos que nelas se fazião, e advertindo que se determinava fazer huma Capella junto as cazas da dita Armação e prohibi por ser em prejuízo da Fazenda de S. Magestade... 

O documento apontado pelo arquiteto não parece ser definitivo, visto haver a possibilidade de a primitiva capela necessitar na época de reformas que poderiam ser interpretadas como a construção de uma nova.

O cruzeiro de pedra do século XVI, pertencente à capela encontra-se no Museu Paulista, popularmente chamado de Museu do Ipiranga, na cidade de São Paulo.

Edifício Sobre as Ondas

Em foto de Kauffmann, ilustrando o setor de Guarujá noGuia Santista 1956, o famoso edifício de Guarujá. Com direito à propaganda da antiga marca de cerveja que foi uma das principais patrocinadoras da publicação...:

O edifício, construído (pela empresa Richter & Lotufo) a partir de 1946 no lugar do antigo Hotel Orlandi, incrustado nas pedras que separam as praias de Pitangueiras e Astúrias, só foi inaugurado em 17 de julho de 1951. Ele aparece numa foto do início do século XXI, em sua própriapágina Web: